sábado, 12 de fevereiro de 2011

Cadeia Alimentar.

Professores

Você já pensou que estamos em uma cadeia alimentar? Isto mesmo estamos engolindo e sendo engolidos!

Desde que alguns professores foram aprovados no último concurso, realizado pela Funiversa, os ânimos se acirraram e temos tido alguns choque entre nós que somos profissionais por formação dentro de uma cadeia alimentar.

Dentro desta cadeia temos.

1- Professores efetivos.
2- Professores concursados.
3- Professores temporários.

Classifiquei nessa ordem, porque é assim que nós mesmos temos nos classificado, como se houvesse essa hierarquia. E os primeiros da lista são os professores efetivos, e os menores nesta cadeia são os professores temporários, e dentro deste sistema o que impera são os interesses individuais, e não o interesse de uma classe.

Interesses Individuais.

1- Professores efetivos - Têm o interesse de ter melhores condições de trabalho, escolas arrumadas, recursos pedagógicos ao alcance e isonomia salarial em comparação aos outros servidores de nível superior.

2-Professores concursados - O principal interesse é ser chamado pela Secretaria de Educação, tendo como segundo plano os interesse dos professores efetivos, pois só poderá sonhar com a conquista de um cargo efetivo quando, realmente, for efetivado.

3-Professores temporários- O principal interesse e ser chamado em uma vaga "temporária" (um ano no mínimo), pois não é oportuno ocupar vagas de poucos meses. Mas o principal objetivo é que seja aberto um novo concurso para que este professor seja um concursado, que seja efetivado, que tenha uma escola arrumada, com recursos pedagógicos ao alcance e isonomia salarial aos outros servidores de nível superior.

Nossos interesses são os mesmos, melhores condições de trabalho e isonomia salarial , mas o sistema tem nos divididos em classes!


E sem percebemos fazemos parte de uma cadeia alimentar de professores.

O professor efetivo precisa de melhores condições de trabalho e busca seu reajuste salarial, não participa da luta nem dos concursado e nem dos temporários, porque o orçamento da educação é um bolo que não pode ser fatiado, pois quanto mais fatiado menor será a divisão das partes. (Mas o senhor Secretário de Estado Paulo Tadeu já iniciou essa divisão, apresentou um projeto de lei que garante a destinação do índice de reajuste do Fundo Constitucional para o aumento salarial dos professores e orientadores do DF). Mas ainda nos resta o FUNDEB.
O professor concursado deseja ser efetivado e trava uma luta, não contra o professor temporário, mas contra a postura de alguns gestores de destinar esses profissionais as vagas direcionadas ao quadro dos professores efetivos. Tal atitude, acaba que por impedir a convocação do profissional aprovado em concurso. Nessa conjuntura em que vivemos, podemos notar que inúmeros professores que foram contratados temporariamente estão entre o quadro dos aprovados no concurso público para cargo efetivo. Esses se veem obrigados a aceitarem o contrato em virtude da dificuldade e morosidade da sua nomeação. Acabam ocupando involuntariamente, na maioria dos casos, cargos efetivos que poderiam ser seus, por direito.

O professor temporário, não tem outra alternativa a não ser ocupar a vaga que lhe é oferecida, não vendo que esta situação o deixa refém deste sistema, pois ocupando vaga de concursado, este concursado jamais será chamado e como o concurso tem validade de dois anos, serão mais dois anos de sua vida ocupando vagas temporárias. Mas se o concurso realizado em 2010 for prorrogado por mais dois anos, então terá a maravilhosa oportunidade de ficar como temporário por 4 anos.

E assim e feita a receita da economia: sem concursos menos efetivos, sem efetivos, mais temporários.

Será que assim a nossa classe se fortalecerá ou enfraquecerá?

Será que uma classe tão fatiada tem forças para lutar?

Será que não é hora de organizar o sistema?

Então, sejamos coerentes:

a) Primeiro se fortalece a classe, fazendo com que a mesma funcione como deve ser, sem divisões. Somos todos professores!
b) A regras seria de os efetivos que já estão no sistema fiscalizarem e denunciarem toda a irregularidade na contratação temporária.
c) Os Professores concursados serão chamados.
d) Os temporários terão oportunidade de fazer uma nova prova para efetivo. Ou para aqueles que estão entre os aprovados do concurso, terão a oportunidade de ocuparem suas vagas, por direito.

Será que é um sonho???????

Crise de identidade.

3-Quem somos? Somos todos frutos de uma cadeia alimentar, você ocupa uma vaga efetiva e engole a vaga de um aprovado, que ocupa uma vaga temporária e engole sua oportunidade de um novo concurso.

Quem está no topo dessa cadeia? O Governo que nos engole.

Você vai ficar ai engolindo e sendo engolindo?
Nós precisamos digerir melhor esta situação.

QUEM TEM QUE MORALIZAR A EDUCAÇÃO SOMOS NÓS, OS PROFESSORES!

Um comentário:

  1. Perfeita colocação,se é sonho? não sei. Se algum dia os efetivos lutarão juntos a nós? dúvido muito, estão em uma zona de conforto, que não querem ser pertubados, com o que eles chamam de "ralé".Se concursados, lutarão além da linha de conforto,que possibilite o ingresso de todos os aprovados, também não sei, porque vejo muitos que estão entre os 1.000 e poucos, quietinhos, (e como disse Linharesna solenidade de posse umas poucas dezenas, nem centenas são).Se os temporários rejeitarão carências de efetivos, ou denunciarão tal fato, acredito que só uns póucos, que estão mais próximos de serem convocados, parece que virou tradição no DF, fazer concurso, ser aprovado, e ficar feliz com a espera de 4 anos, para no final ver umas poucas centenas serem efetivados, e ai fazerem novo concurso, e outro ...
    VC nos definiu bem, somos uma cadeia alimentar, (animais onde o maior engole o menor), mas com um agravante, somos animais racionais, pensamos, raciocinamos,e agimos com consciência dos nossos atos.
    " O homem é Lobo do homem" ( thomas Hobbes).

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